Mas a dor pode-se medir? - .

13 outubro 2014

Mas a dor pode-se medir?

Há uns tempos assisti aqui na blogosfera, mais propriamente no blogue Cocó na Fralda, a um esgrimir de argumentos em que umas pessoas defendiam que não havia maior dor do que perder um filho e outras (menos) diziam que era perder uma mãe/pai. Eu, conforme a idade me tem habituado, fiquei sem certezas.

Se aos vinte anos eu achava que sabia tudo, aos trinta que sabia quase tudo, aos quarenta e quatro acho que sei cada vez menos...E então, no que toca a assuntos assim difíceis, ainda mais reservas tenho.

Não quero imaginar a dor de perder um filho, acredito-a avassaladora e, como li numa entrevista à Ministra da Justiça, "que não se vive, sobrevive-se". Contudo, ver duas crianças ficarem sem a mãe, repentinamente, saber que elas nunca mais vão ter o colinho da mãe, a comida da mãe, o beijinho de boa noite da mãe, o abraço apertadinho a meio de um pesadelo, faz-me imaginar nos seus corações uma tristeza sem fim...

Acho é que não há medidas para a dor. Há situações. Há casos. E há tantas situações em que é difícil aceitar os desígnios de Deus. Mas eu sou uma mulher de fé (com a cabeça cheia de dúvidas, claro), mas acredito que as dores podem ser suavizadas e que quem parte não abandona quem fica. E é essa certeza que tenho de manter sempre em mente!

6 comentários:

  1. E com essa certeza irás ser um apoio muito grande na vida dessas crianças.
    Nã terão mãe, é certo, mas terão Amor!
    Beijinhos,
    Paula
    vidademulheraos40.blogspot.com.

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  2. Quem parte realmente não abandona quem fica, falo por experiência própria.

    Maria

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  3. A dor não passa, não desaparece, fica sempre lá, como a marca de uma ferida que já não sangra, mas que está lá para sempre. Aceitamo-la e por isso, torna-se suportável, "encaixa" nas nossas vidas, nas nossas coisas. Conheço de perto essa dor da perda e sei que a lembrança alegre de quem viveu, o sorriso, as palavras, as coisas boas que nos faziam rir em conjunto, serão sempre o melhor antídoto. E assim, quem partiu, "fica sempre", é verdade, com alegria, tornando a dor crónica, mas mais suave!!
    Um beijinho, Sofia!!

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  4. A dor de perder um filho não atenua NUNCA. Não falo, graças a Deus, por experiência própria, mas só de pensar nessa hipótese, sinto uma dor sem fim! A dor de perder um pai, uma mãe é também imensa, depende também muito da idade em que acontece mas, é minha opinião, claro, vai esmorecendo e atenuando ou porque se cresce ou porque, quando os perdemos já numa fase mais adiantada da nossa viida, é o aceitar o facto de que os mais velhos partem primeiro. Agora perder um filho!!!!

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  5. A dor não se mede, cada um sente a sua e de forma diferente. Quanto a essas crianças, é triste e vai doer-lhes imenso com certeza. Só de pensar... :(

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  6. "A dor e o sofrimento não se devem comparar" palavras que ouvi numa entrevista de Henrique Feist e nelas me revi.
    Mais do que a dor não se conseguir medir acho que ela não se pode comparar e ninguém pode ou não deve dizer a minha dor é maior que...
    A dor e o sofrimento é sentida por cada um de nós muitas vezes sem controle, racionalmente podemos tentar quantificar mas é algo interno e por vezes tão forte e avassalador que temos vergonha de confessar.

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